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O Bön Budismo no Brasil

O Dzochen na Tradição Bön

wangyal.jpg (5530 bytes)Por Lama Tenzin Wangyal Rinpoche

A sabedoria auto-surgida é a Base,
As cinco emoções negativas são a energia manifesta,
Ver as emoções como erradas é um erro,
Deixá-las em sua natureza é o Caminho
Para encontrar o estado não-dual da liberação,
Superar a esperança e o medo é o Fruto.

Apesar de haver praticantes de Dzogchen em todas as tradições religiosas tibetanas — como o Quinto Dalai Lama da escola Gelugpa, o Terceiro Karmapa Rangjung Dorje da escola Kagyüpa e Dragpa Gyaltsen da escola Sakyapa —, as linhagens mais importantes do Dzogchen são encontrados no Bön, a religião nativa do Tibet, e na escola buddhista tibetana Nyingmapa (a mais antiga). Ambas as tradições classificam o seu ensinamento em nove caminhos de prática que conduzem à iluminação ou realização, e em ambas as classificações, o Dzogchen é o nono e mais elevado caminho.

Nos dias de hoje, mestres de todas as escolas tibetanas têm começado a ensinar Dzogchen e parece que ele está se tornando um tipo de moda no ocidente.

O Dzogchen

Dzogchen (tib. rdzogs chen) significa literalmente “perfeição”, “realização” ou “completude” (tib. rdzogs) que é “completa” ou “grande” (tib. chen). Apesar de o Dzogchen ser a “grande esfera única”, por conveniência ele é descrito como possuidor dos três aspectos da Base, Caminho e Fruto: “Base” porque o solo do Dzogchen é o estado primordial do indivíduo; “Caminho” porque o Dzogchen é o supremo caminho direto e imediato para a realização; e “Fruto” porque o Dzogchen é a consumação da iluminação, a liberação em uma única vida do ciclo da ilusória transmigração samsárica.

A fim de compreender melhor o Dzogchen, vamos olhar mais para a divisão em Base, Caminho e Fruto.

De acordo com o ensinamento do Dzogchen, a Essência da Base de tudo é vazia é primordialmente pura; a Natureza da Base é a claridade que é espontaneamente perfeita; a união inseparável da Essência primordialmente pura e da Natureza espontaneamente perfeita é o fluxo não-obstruído da Energia ou Compaixão. Na mente individual, esta Base é o estado natural, e é a fonte do samsara para a mente deludida (tib. ma rig pa) e a fonte do nirvana para a mente na qual o conhecimento (tib. rig pa) está desperto.

A essência da Base, ou künshi (tib. kun zhi), é chamada Mãe (tib. ma); a consciência desperta (tib. rigpa) é chamada Filho (tib. bu); e a inseparabilidade da mãe e do filho é o fluxo da Energia (tib. tsal).

O Caminho é constituído de se ganhar insight na Visão no Dzogchen — que é o conhecimento da condição verdadeira da Base do indivíduo — e de se fazer o fluxo de rigpa — cultivado através da Meditação — ser contínuo no período a pós-meditação, para que ele seja integrado em nosso Comportamento, ou Atitude, e nas atividades da vida cotidiana.

O Fruto é a realização nesta vida dos três kayas inerentes e culmina com o atingimento do corpo de arco-íris, ou corpo de luz, no momento da morte, no qual o corpo material não deixa restos mortais mas sim se dissolve em sua natureza, que é a luz.

O Dzogchen no Contexto da Prática Espiritual Bön

O Dzogchen é a mais alta tradição espiritual no Bön. No passado, os praticantes que conheciam e praticavam o Dzogchen no Tibet eram poucos, mesmo dentro das tradições Bön e Nyingma. Um motivo para isto é que não era fácil receber estes ensinamentos; eles eram mantidos de forma muito secreta, poucos mestres os davam e para poucos estudantes. Mesmo nos dias de hoje, os adeptos leigos do Bön no Tibet geralmente passam bastante tempo realizando as nove práticas preliminares (tib. ngöndro / sngon ‘gro) e o p’howa, enquanto os monges que permanecem nos monastérios engajam-se principalmente no estudo intelectual e filosófico, no debate e na recitação de textos rituais e litúrgicos.

Muitos mestres insistem (e muitos mestres agora continuam a insistir) que os praticantes devem completar as práticas do ngöndro antes de serem dados os ensinamentos do Dzogchen. Estas práticas preliminares são descritas no Nyamgyü Gyalwe Chagtri (tib. nyams rgyud rgyal ba’i phyag krid). Cada uma destas nove práticas deve ser realizada cem mil vezes. As nove práticas são:

  1. Geração de compaixão por todos os seres sencientes

  2. Tomada de refúgio

  3. Oferenda de mandala

  4. Meditação sobre a impermanência

  5. Confissão de transgressões

  6. Prostrações

  7. Guru Yoga, fundir a própria mente com a mente iluminada do mestre visualizado à frente

  8. Oferenda de preces

  9. Recebimento de bênçãos

Entretanto, quando recebi o ensinamento do Shangshung Nyangyü, Lopön Sangye Tenzin afirmou que nos tempos antigos pode ter sido adequado manter o ensinamento do Dzogchen em segredo, porém em nossos tempos problemáticos é melhor dá-los mais aberta e livremente (mas sem diminuir seu valor neste caminho), pois de outro modo há o perigo de que ele desapareça.

O Dzogchen no Bön e no Nyingma

Vimos que o Dzogchen é comum ao Bön e ao buddhismo Nyingmapa, e que estas duas tradições espirituais também têm em comum uma divisão de seus caminhos ou modos de observância religiosa em nove partes. Entretanto, há diferenças maiores entre as respectivas divisões nos nove caminhos dos Bönpos e dos Nyingmapas. É importante notar que há seis, e não nove, graus de prática nas outras escolas buddhistas tibetanas — Kagyüpa, Sakyapa e Gelugpa —, que aderem à nova tradição de traduções posteriores do cânone buddhista, tomadas durante a segunda difusão do buddhismo no Tibet durante os séculos X e XI. Os nove caminhos dos buddhistas são compostos apenas pelo material buddhista tradicional e, falando estritamente (como o Professor Snellgrove apontou), os dois caminhos inferiores — pertencentes ao buddhismo Hinayana — são praticamente irrelevantes às práticas religiosas buddhistas tibetanas, que são baseadas no buddhismo Mahayana.

Assim como as práticas de origem buddhista, os nove caminhos dos Bönpos compreendem o compasso inteiro dos costumes, crenças e práticas religiosas indígenas dos tibetanos, incluindo ciência médica, astrologia, cosmologia, sortilégios e predições, pacificação e exorcismo de poderosos maus espíritos e fantasmas, ritos para a prosperidade e ritos tântricos para a destruição de inimigos, resgate e ajuda para os mortos, disciplina moral para os praticantes leigos e monásticos, práticas e ritos tântricos, hagiografia, e mais elevado caminho espiritual do Dzogchen. Quanto a este respeito, o Bön pode ser dito como sendo a verdadeira religião do Tibet, abraçando tanto as observâncias religiosas autóctones quanto as importadas.

Há também muitos pontos em comum entre o Bön e o buddhismo Nyingmapa. Como foi notado, ambos mantém e propagam de modo oficial a transmissão dos ensinamentos do Dzogchen, que são encontrados apenas esporadicamente em dotados praticantes individuais das outras tradições que não têm linhagens específicas de mestres de Dzogchen. Ambos veneram Küntuzangpo (sânsc. Samantabhadra) como o supremo Adibuddha primordial, enquanto as outras três escolas do buddhismo tibetano veneram Vajradhara como o Adibuddha; e ambos têm uma tradição de termas, tesouros espirituais escondidos e redescobertos por tertöns (personagens profetizados a revelar o terma em tempos propícios). De fato, muitos tertöns famosos pertenciam a ambas as tradições.

Além disso, os Nyingmapas são os únicos buddhistas tibetanos que reconhecem abertamente como buddhistas os ensinamentos de origem não-indiana que foram propagados durante a primeira introdução do buddhismo no Tibet, durante o reinado de Songtsen Gampo, e posteriormente no século VIII pelo carismático mestre Padmasambhava e seus associados. Estes ensinamentos incluem correntes de ensinamento buddhista vindos da China e da Ásia Central, assim como da Índia. Na segunda difusão do buddhismo no Tibet, nos séculos X e XI, todos os ensinamentos buddhistas dos quais uma origem indiana não pôde ser identificada foram excluídos do cânone buddhista apresentado como oficial pelas outras três escolas posteriores do buddhismo tibetano. Os Bönpos afirmam que o Buddha Shakyamuni foi um discípulo de Tönpa Shenrab Miwoche e que todos os ensinamentos buddhistas, originados na Índia ou em qualquer outro lugar, são de fato ensinamentos do Bön eterno.

As Três Correntes de Dzogchen no Bön

No Bön, o Dzogchen tem sido tradicionalmente divido em três correntes conhecidas coletivamente como A-Dzog-Nyangyü (tib. a rdzogs snyan rgyud), isto é, Ath’ri, Dzogchen e Shangshung Nyangyü. As duas primeiras são tradições de terma, baseados em textos redescobertos, enquanto a terceira é uma tradição oral baseada na transmissão contínua por uma linhagem ininterrupta de mestres.

O sistema Ath’ri foi fundado no século XI pelo Dampa (Homem Sagrado) Meu Gongje Ritro Chenpo (1038-1096), que extraiu os ensinamentos originais do ciclo de ensinamento Th’rögyü (tib. khro rgyud) de Tönpa Shenrab.

Literalmente, Ath’ri (tib. a khrid) significa “Guia do A”. A letra A representa o estado primordial não-condicionado, o estado natural da mente; ela é branca para representar a pureza inata da mente. O praticante se engaja na prática de meditação estabilizadora (tib. shine / zhi nas), começando com a fixação na letra tibetana A para focalizar a concentração, a fim de desenvolver insight e experiência no estado natural da mente. Isto corresponde à série Semde do ensinamento de Dzogchen da tradição buddhista Nyingmapa, conectada com a mente.

O nome Dzogchen (tib. rdzogs chen) dado à segunda corrente não se refere ao Dzogchen em seu significado geral, mas denota um tipo particular de ensinamento Dzogchen com sua própria linhagem específica. Este sistema corresponde à série Longde no Dzogchen Nyingmapa, conectada com a claridade e o espaço.

A terceira corrente é composta pelos ensinamentos de Dzogchen do Shangshung Nyangyü, a Transmissão Oral de Shangshung, a mais antiga e importante tradição e sistema de meditação Dzogchen no Bön. Esta série de ensinamentos foi sistematizada pelo mestre Gyerpung Nangsher Löpo de Shangshung, que os recebeu de seu mestre Tapihritsa no século VIII. Entretanto, estes ensinamentos não foram compostos por seu fundador humano; eles não são fabricados pelos pensamentos, mas são auto-originados. Eles têm desfrutado de uma transmissão contínua por uma “linhagem longa” através dos séculos e nunca teve de ser escondida e redescoberta como um terma, que tem uma tradição “curta” ou direta no tempo de sua revelação. Esta corrente de ensinamentos corresponde à série Upadesha no Dzogchen Nyingmapa, a série de instruções secretas.

Apesar de todas as três correntes de Dzogchen terem suas próprias práticas preliminares e linhagens de mestres da transmissão, a essência e o objetivo de todas as três é a mesma: a introdução ao estado natural do Dzogchen. Alguns mestres de linhagem mantêm todas as três transmissões. No Tibet, esta transmissão de mestre para discípulo, que por sua vez se torna o mestre que transmite o ensinamento ao seu próprio discípulo, é chamada “quente” porque a transmissão da experiência direta a protege e então ela se mantém viva, sem se tornar algo frio e meramente intelectual, derivada dos livros e do pensamento conceitual.

Tenzin Wangyal Rinpoche é um mestre de meditação Dzogchen. Desde os treze anos, ele tem praticado com mestres das escolas Bön e buddhistas. Rinpoche completou um curso de onze anos de estudos tradicionais no Centro Monástico Bön em Dolanji, Índia, sendo qualificado com um doutorado (geshe). Ele também é um erudito nas tradições bönpo e buddhista de filosofia, exegese e debate. Após sua graduação em 1986, Rinpoche passou a trabalhar na Library of Tibetan Works and Archives em Dharamsala, Índia. No mesmo ano, foi apontado por S.S. o Dalai Lama como representante da escola Bön na assembléia de deputados do governo tibetano no exílio.

Tenzin Wangyal Rinpoche foi o primeiro a trazer ensinamentos do Dzogchen da tradição Bön ao Ocidente, em 1988, quando foi convidado por Chögyal Namkhai Norbu Rinpoche a ensinar em seu centro na Itália. Ele é um dos poucos lamas Bönpo que vive no Ocidente, onde tem viajado e ensinado pelos últimos dez anos. Também escreveu muitos livros e artigos em tibetano e inglês.
Em março de 1992, Rinpoche fundou o Ligmincha Institute para preservar a cultura, os ensinamentos religiosos e as artes do Tibet e de Shangshung. Rinpoche atualmente reside em Charlottesville, Virginia (EUA), onde estabeleceu o seu instituto
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7 de setembro de 2009 Posted by | Uncategorized | Deixe um comentário

O CHAMANISMO ORIGINAL DA TRADIÇÃO BÖN PO DO TIBET

wangyal

O Chamanismo, é uma tradição muito antiga encontrada em diferentes culturas pelo mundo., busca uma relação equilibrada entre a Humanidade e a Natureza. Devido ao recente e alarmante aumento da população e a exploração do meio ambiente, junto com o surgimento de novas doenças, se faz ainda mais importante para a humanidade recuperar o principio da harmonia central do Chamanismo para reparar o desequilíbrio provocado.

Na tradição tibetana, mesmo que o chamã não possa ver ao espírito particular que está provocando um problema específico, é através do poder do ritual que o conecta com o espírito e lhe lembra do seu voto para não perturbar a humanidade. Este ritual deve ser realizado da maneira apropriada recitando o mito que lembra a origem do ritual e fazendo as oferendas apropriadas.

Estes mitos provem da religião BÖN do antigo Tibet. Segundo os ensinamentos Dzogchen, o caminho espiritual mais elevado em esta tradição, se crê que as doenças e perturbações são o resultado do desequilíbrio causado pela visão da dualidade que surge quando uma pessoa não permanece no estado natural da mente.

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23 de maio de 2009 Posted by | Uncategorized | Deixe um comentário

BÖN

Apesar das diferentes escolas do budismo tibetano tornarem-se cada vez mais conhecidas (sobretudo a partir do exílio forçado dos tibetanos no ano de 1959), a ancestral tradição do BÖN continua sendo um sistema tão mal compreendido, quanto desconhecido, um fato que até mesmo a história oficial budista tibetana ou os especialistas ocidentais souberam tratar. Atualmente, esta situação tem-se modificado, sobretudo a partir de 1986, quando o BÖN foi reconhecido oficialmente pelo atual décimo-quarto Dalai Lama, como uma das cinco principais escolas do budismo tibetano. Ele salientou também a importância desta peculiar tradição milenar, para compreendermos o surgimento da cultura e da espiritualidade no País das Neves (Tibete)

Comumente se faz referência à tradição BÖN como um mero conjunto de práticas e rituais xamânicos primitivos, relacionados com sacrifícios de sangue, inclusive de magia negra. Seguindo a tendência imperante entre os  historiadores medievais tibetanos, alguns estudiosos ocidentais do início do século XX equipararam o BÖN ao xamanismo primitivo. Diante destas opiniões pouco fundamentadas, Löpon Tenzin Namdak Rinpoche, o mestre BÖN e o especialista vivo mais importante da atualidade, explica a evolução da sua escola ao longo de três períodos perfeitamente diferenciados:

1. O BÖN PRIMITIVO que corresponde mais ou menos ao xamanismo da Àsia Central e que representa a cultura religiosa tibetana antes da chegada do Yungdrung BÖN, procedente dos reinos perdidos de Tazig e Zhangzhung.

2.  O BÖN ANTIGO ou YUNGDRUNG BÖN, o Sendeiro espiritual que conduz à liberação e à iluminação, ensinado pelo Buda Tönpa Shenrab em Tazig e que, posteriormente, se expandiu até o antigo reino de Zhangzhung, situado no oeste do Tibete.

3. O NOVO BÖN que aparece em época tão recente como o século XV e constitui uma mistura de elementos budistas e BÖNs.

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10 de maio de 2009 Posted by | Uncategorized | Deixe um comentário

ALGUNS ENSINAMENTOS BÖN SOBRE O DZOGCHEN

As três aplicações, dos três votos e os três relaxamentos

Tomando o voto de não mover o corpo, relaxamos na imobilidade.

Tomando o voto de não ativar a palavra, relaxamos no silêncio.

Tomando o voto de não mover os pensamentos, relaxamos no estado que está mais além do pensamento.


As três imobilidades

Quando o corpo não se move, os canais sutis permanecem imóveis.

Quando os canais não se movem, os olhos permanecem imóveis.

Quando os olhos não se movem, a mente permanece no Estado Natural.

Portanto devemos vigiar os olhos, pois o ponto principal reside na forma de olhar.

As três instruções diretas

Não seguir o passado.

Não projetar o futuro.

Permanecer naturalmente na Base.

Os três abandonos e os três não-seguimentos

Abandonar as coisas, sem esforço mental.

Abandoná-las, tal como são no vasto estado natural.

Abandoná-las sem tentar modificá-las, nem transformá-las.
Externamente, não analisar os objetos de maneira dualística.

Internamente, não imputar nenhuma crítica nem etiqueta conceitual.

Sem seguir os pensamentos relativos ao passado ou ao futuro, transcender o domínio da mente.

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10 de maio de 2009 Posted by | Uncategorized | Deixe um comentário

DZOGCHEN – Löpon Tenzin Namdak

tenzin_lopon_namdak1Löpon Tenzin Namdak, segundo as palavras do XIV Dalai Lama, “um dos principais mestres Dzogchen vivos na atualidade”, nasceu no ano de 1926, na zona de Khyungpo Karu, situado no Tibete Oriental, na região de Kham.

Lopön é um simples e venerável monge que somente possui as túnicas que veste e que dedica todos os fundos que arrecada com seus ensinamentos no Ocidente, para manter aproximadamente cem monges que vivem em seu mosteiro  de Katmandu.

Os ensinamentos Dzogchen sempre se mantiveram  rigorosamente secretos, até o ano de 1929, quando Sangye Tenzin Rinpoche, mestre de Lopön Tenzin Namdak Rinpoche, recebeu uma indicação das deidades protetoras da linhagem dzogchen, para desvelar o secreto e difundir os ensinamentos mais ou menos publicamente, uma vez que estavam em perigo de desaparecer.

Na prática Dzogchen, se o sujeito é um pensamento, então se dissolve com cada pensamento. A estrutura sujeito-objeto emerge e desaparece conjuntamente. Se, quando desaparece um pensamento, fica a consciência que se dá conta de que desapareceu o pensamento, é sinal que a dissolução não se produziu completamente. A liberação do pensamento (o objeto) é espontânea e a liberação do sujeito também. Somente se deve permitir que se dissolva bem o pensamento, sem ficar ali para ver o que acontece.

O Dzogchen, o estado natural, está mais além da consciência dual, de qualquer coisa que possamos conceber como consciência. Resumindo, a consciência não pode ser consciente do estado natural. Está atravessada e rodeada por ele, mas não pode vê-lo, assim como o peixe não percebe a água ou nós não percebemos o ar que nos cerca. O estado natural somente é conhecido pelo estado natural. O único meio de alcançar o estado natural é dar-se conta do estado natural. Não existe caminho, nem método. O principio é o fim e a base, o resultado.

O eu é uma superexposição efetuada sobre um fluxo de imagens mentais, conceitos e sensações mais ou menos sutis, de forma que somente temos que deixar que o pensamento sutil que sustenta a identificação do eu se libere, juntamente com o resto dos pensamentos densos. Assim, identificados os pensamentos sutis onipresentes, temos que deixar que se liberem ou se relaxem por si mesmo no estado natural. A única coisa que se deve fazer é permitir que todos os pensamentos, incluindo o pensamento do eu, se relaxem no estado natural.

Trata-se de um ensinamento que indica o essencial e que nos brinda com a verdadeira independência

Lopön Tenzin Namdak, este venerável senhor de aspecto frágil e benévolo, que se apoia em um bastão é, em realidade, um leão do Dharma proclamando – nas dez direções – o último e mais elevado ensinamento:

garudaESTUDAI  E  PRATICAI  O  DZOGCHEN!
O  DZOGCHEN  É  A  ESSÊNCIA  DA  RELIGIÃO.

Associação brasileira de Cultura Tibetana

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7 de maio de 2009 Posted by | Bön, Bön Budismo, Bön Budismo, Bön Garuda, Buda, Budismo, Budismo Brasil, Dalai Lama, Dharma, Garuda, GESHE TENZIN WANGYAL RINPOCHE, Guru, Karma, Rinpoché, TENZIN WANGYAL RINPOCHE, Uncategorized | Deixe um comentário